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Bruno Mota é ilustrador freelancer, morador da capital de São Paulo. Está inserido neste mercado há quase 15 anos. Já trabalhou para editoras como Abril, Mol e Moderna, e na área publicitária com grandes marcas como Cacau Show, Coca Cola, Toyota, Avon, etc.
Se destacou principalmente na criação de estampas, com camisetas lançadas em vários países.
Nas horas vagas faz graffiti, atividade que começou há mais de vinte anos.
. Bruno é o décimo terceiro artista a participar do Projeto Dois e Meio Convida. (clique aqui para conhecer o projeto)
Foto: Arquivo Bruno Mota
Dois e Meio Como foi o início da sua história com ilustração e graffiti? Bruno Minha paixão pelo desenho começou muito cedo. Eu tinha cinco anos quando fiz o primeiro desenho de que me orgulhei. Desde criança meu sonho já era ser ilustrador.
Eu lembro de ter escrito uma redação no quarto ano da escola sobre " O que Você Quer Ser Quando Crescer" e lá já respondi que ser ilustrador e ainda citei os artistas que admirava na época. Então, me tornar ilustrador foi realizar um dos sonhos de infância. Mas isso só aconteceu em 2007 (de forma profissional). O graffiti aconteceu bem antes , no fim dos anos 90. Pra mim continua sendo uma das maiores manifestações artísticas já criadas. É interessante como o graffiti e a ilustração foram se mesclando organicamente ao meu estilo ao ponto de se tornarem quase uma mesma coisa
Dois e Meio O que mais tem motivado sua criação em arte? Bruno Eu tenho pensado bastante sobre isso ultimamente. Sem querer soar presunçoso, mas gosto de pensar que faço parte de algo maior, algo transcendental. Sou uma peça em uma grande engrenagem que ainda está em construção. Gosto de imaginar que minha arte pode influenciar e inspirar outras pessoas e essas pessoas vão continuar construindo algo quando eu parar.
Dois e Meio Quais temas gosta mais de trabalhar? Bruno Acho que isso muda com o passar do tempo. Mas a cultura Pop é um tema bem recorrente em minhas produções. Gosto de brincar com esses elementos e transformá-los em outra coisa, dando um novo contexto. Costumo comparar o que faço com os samples tão presentes nas músicas da cultura Hip Hop.
Foto: Arquivo Bruno Mota
Dois e Meio Lembra do primeiro trabalho de arte/artista que te marcou na infância? Bruno Lembro sim. Eu era um grande fã do quadrinista Gustavo Machado na minha infância. Ele desenhava quadrinhos pra Disney, Globo e Abril. Tem uma Graphic Novel que ele desenhou há trinta anos, chamada "Didi Volta Para o Futuro" que ainda hoje eu ainda acho muito bonita. Ele foi um dos que citei na minha redação da escola e exemplifica o que eu disse sobre ser parte de algo maior e estarmos conectados através da arte. Ele ainda está na ativa, alías.
Outro cara que eu não posso deixar de citar é o Rubinho, Bola 8 . Foi o primeiro graffiti que eu vi na vida e que me influenciou a começar a pintar. Hoje o Rubinho é meu grande amigo e somos da mesma crew.
Dois e Meio Como foi sua experiência com o ensino de arte na escola? Bruno Foi muito boa. Durante todo o ensino fundamental eu tive uma mesma professora, a Gislene. Ela era sensacional. Ela nos ensinou até a tocar alguns instrumentos. Estava sempre me incentivando e sabia que eu tinha potencial. Sou muito grato por essas pessoas que passaram pela minha vida
Dois e Meio Como é sua rotina de trabalho? Bruno Eu amo minha rotina, hahaha. Eu trabalho home office desde 2007. Costumo começar as 10hs e ir até as 19hs. Eu gosto de trabalhar com algum video rolando ao fundo, então a primeira coisa que faço é abrir o Youtube e listar uns videos pra assistir. O fenômeno dos podcasts tem me ajudado bastante a gastar menos tempo escolhendo videos, porque a duração deles é enorme, hahaha.
Ilustração Bruno Mota
Dois e Meio Foi a alguma exposição memorável que queira compartilhar? Bruno Sim, uma que foi bem especial pra mim foi uma Bienal em que levei os alunos da oficina de graffiti que eu realizava em uma ONG. Eram todos adolescentes em situação de risco social. Aquele momento foi importante pra eles e pra mim, por diversos fatores para além da arte. Então isso me marcou muito. Dois e Meio Qual dica daria para quem quer começar a trabalhar com arte? Bruno Bom, o mundo da arte tem diversos caminhos. Eu só posso falar do caminho que andei. O que funcionou para mim foi produzir muito e sempre ter algo novo para mostrar. E mostrar, alías é fundamental. Não tenha medo, apresente seu trabalho. Não deixe de publicá-lo. Isso vai fazer com que você crie conexões que nem imagina que seria possível. Não deixe nunca de estudar algo novo e estude algumas coisas além de técnicas artísticas que vão te ajudar a construir uma carreira. Estudar o básico de marketing e finanças me ajudou bastante, por exemplo.
Ilustração Bruno Mota
Dois e Meio Já tinha feito impressão Fine Art do seus trabalhos? O que achou das impressões? Bruno Eu achei as impressões excelentes. Dá pra perceber todo o cuidado que tiveram de reproduzir a obra exatamente da forma como eu concebi. Isso é respeito pela arte e o artista. Já tinha impresso sim muita coisa, mas talvez com essa qualidade não.
Dois e Meio Você pode falar um pouco sobre a arte que enviou para o projeto Dois e Meio Convida?
Bruno Essa obra chama-se A Samurai e a Cerejeira e faz parte de uma coleção de ilustrações que iniciei em 2009 chamada Série Samurai. Na verdade, é uma releitura de um trabalho antigo que eu havia feito em 2011. Ela tem diversos elementos que são recorrentes em minhas obras, mas o que eu mais gosto são os contrastes que ela tem, como o moderno e o épico, o delicado e o agressivo e a beleza e a força.
Arte "A Samurai e a Cerejeira" de Bruno Mota imagem: Ateliê Dois e Meio
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Conheça e acompanhe o trabalho de Bruno Mota em @obrunomota_ O print acima está disponível para venda <3 Apóie artistas independentes!
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